Bloomberg Línea — Brasil, Colômbia e Chile estão posicionados como os ecossistemas mais fortes para startups na América Latina em 2025, de acordo com um relatório da plataforma global de pesquisa Startup Blink.
O ranking global foi dominado pelos EUA, embora o país tenha registrado a menor taxa de crescimento entre os 50 principais mercados, com 18,2%.
Os EUA são seguidos pelo Reino Unido, Israel, Cingapura e Canadá. Mais abaixo na lista estão Suécia, Alemanha, França, Suíça e Holanda, de acordo com o Índice Global de Ecossistemas de Startups 2025.
O relatório analisa mais de 110 países e 1.400 cidades, com dados sobre a quantidade de atividade de startups, seu sucesso e o ambiente de negócios para elas.
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Posição em 2025 | País | Mudança de posição | Crescimento anual do ecossistema | Pontuação total |
---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | — | +18,2% | 254.050 |
2 | Reino Unido | — | +26,3% | 70.743 |
3 | Israel | — | +20,6% | 62.167 |
4 | Cingapura | +1 | +44,9% | 54.682 |
5 | Canadá | −1 | +18,8% | 45.438 |
6 | Suécia | — | +30,7% | 35.311 |
7 | Alemanha | — | +28,4% | 33.159 |
8 | França | — | +30,2% | 32.417 |
9 | Suíça | +1 | +31,8% | 31.747 |
10 | Países Baixos | −1 | +26,2% | 30.872 |
O ecossistema brasileiro mantém sua liderança regional, mantendo a 27ª posição global.
A maior economia do continente conta agora com 28 cidades entre as 1.000 melhores (mais do que em 2024) e lidera o top 10 regional, com cinco cidades entre as mais bem posicionadas para startups.
“O Brasil é uma das principais economias de startups da América Latina, impulsionada por seu enorme tamanho de mercado e crescente capacidade de inovação”, explica a Startup Blink no relatório.
Além disso, no país, “grandes corporações contribuem para um ambiente favorável às startups por meio de programas de aceleração, incubadoras e sólidas oportunidades de financiamento”.
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Depois do Brasil, o ecossistema de startups mais bem posicionado na América Latina é da Colômbia (36ª colocada no ranking mundial), que mantém um forte impulso com uma taxa de crescimento superior a 22%, a mais alta entre os países latino-americanos.
O país tem sete cidades entre as 1.000 melhores do mundo, a maioria delas apresentando uma tendência positiva. No entanto, a Startup Blink explica que “o número total de cidades colombianas no ranking continua a diminuir a partir de 2023”.
Bogotá lidera o ecossistema de startups na Colômbia, mas cidades como Medellín e Cali também estão ganhando relevância, dando ao país maior alcance internacional e diversidade em sua inovação.
“A Colômbia se destaca por sua abordagem disciplinada e de longo prazo para o desenvolvimento do ecossistema, com uma estratégia nacional coordenada e bases comerciais sólidas que lhe permitiram se destacar entre seus pares regionais”, explica a Startup Blink.
Por sua vez, o Chile ocupa o terceiro lugar regionalmente e o 37º lugar globalmente, marcando seu primeiro avanço após dois anos consecutivos de declínio.
De acordo com o relatório, sua taxa de crescimento, acima de 10%, é relativamente melhor em comparação com outros países latino-americanos, como México (4) e Argentina (5).
O México caiu para a 43ª posição no ranking das maiores cidades da América Latina, com uma taxa de crescimento inferior a 3%, a menor entre os cinco maiores países da América Latina.
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A maioria das cidades mexicanas entre as 1.000 primeiras apresentou queda em seu ranking global.
O país se destaca na América Latina por seu grande mercado e população, o que facilita a escalabilidade local de suas startups, além de seu o estratégico aos mercados da região.
A Argentina completa o top 5 da América Latina e ocupa a 46ª posição no ranking mundial, após ter caído quatro posições. O país tem cinco cidades entre as 1.000 primeiras, com apenas Buenos Aires e Río Cuarto (na província de Córdoba) apresentando queda.
Os fundadores de startups na Argentina enfrentam desafios macroeconômicos persistentes, como hiperinflação e instabilidade monetária.
No entanto, sinais de melhora foram observados em 2024, com inflação em queda e uma ligeira recuperação do peso, afirma o relatório.
Apesar desses desafios, analistas acreditam que a Argentina continua sendo uma das maiores economias da América Latina e que seus ecossistemas de startups estão bem posicionados para liderar a região nos próximos anos.
Na América Latina, países como Uruguai (61º lugar no ranking mundial), Peru (67º), Costa Rica (73º) e Panamá (86º) são os próximos na fila.
México e Argentina (excluindo o Brasil) apoiaram grande parte da recuperação do investimento em capital de risco na América Latina em 2024, com várias das maiores rodadas de financiamento registradas durante esse período, de acordo com um relatório apresentado pela rede de empreendedorismo de alto impacto Endeavor e pela empresa de Growth Equity Glisco Partners.
Em todos os países latino-americanos, o capital captado atingiu US$ 2,85 bilhões, um aumento de 26% em relação a 2023, embora uma diferença notável seja que esse valor foi alcançado em menos rodadas. O tíquete médio aumentou de US$ 5,1 milhões em 2023 para US$ 1,1 milhão em 2024. US$ 6,6 milhões em 2024.
A América Latina tem um ritmo de crescimento superior ao da Europa e do Sudeste Asiático, consolidando-se como uma região-chave para o desenvolvimento de empresas em fase de expansão.