SBF nomeia Gustavo Furtado, atual chefe da Centauro, como CEO a partir de abril
Mudança no comando da maior companhia de negócios esportivos do país acontece depois de nove anos de gestão de Pedro Zemel, que é indicado para o conselho e se dedicará também a projetos pessoais
SBF anuncia Gustavo Furtado como CEO a partir de abril; Pedro Zemel deixará o grupo |Gustavo Furtado, general manager da Centauro e que assume a partir de abril de 2025 como CEO da SBF (Foto: Divulgação)
Bloomberg Línea — O Grupo SBF, maior companhia de negócios de artigos esportivos do país, terá novo CEO a partir de 24 de abril: Gustavo Furtado, que atualmente é o general manager da Centauro, vai assumir em substituição a Pedro Zemel, segundo comunicado da empresa ao mercado na manhã desta terça-feira (11).
Um período de transição começa hoje, em que Zemel, há nove anos no comando da SBF, trabalhará ao lado de Furtado. Ao fim dessa fase, Zemel deixará o dia a dia do grupo para se dedicar a projetos pessoais. Ele foi indicado ao conselho de istração.
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Furtado está na SBF (SBFG3) desde 2013 e tem sido preparado para a sucessão de Zemel, segundo comunicado. Ele lidera a operação da Centauro, maior varejista de esportes do país, desde janeiro de 2023.
Sob seu comando, a varejista atingiu lucro bruto de R$ 450,6 milhões no terceiro trimestre (+8,4% na base anual), com margem bruta de 50,4% (+3,3 pontos). As receitas chegaram a R$ 894 milhões.
O próximo CEO da SBF é formado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e tem MBA na Kellogg School of Management da Northwestern University, nos Estados Unidos.
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Dentro da SBF, ele liderou o projeto da integração da Fisia (Nike no Brasil) e teve papel ativo na implantação da estratégia de ecossistema do esporte, como general manager da SBF Ventures, “braço” responsável pela criação e M&A de cinco unidades de negócio: NWB, FitDance, OneFan, X3M e Studio 78.
Sob a liderança de Zemel, a SBF tem avançado com a execução de um plano estratégico de 30 meses que prioriza o aumento de eficiência da operação em detrimento do crescimento a qualquer custo.
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O plano elegeu como prioridades a expansão do lucro bruto, do Ebitda e do lucro líquido, além do contínuo processo de desalavancagem e de geração de caixa.
Nos números do terceiro trimestre de 2024, que marcaram exatamente a metade desse caminho de 30 meses (ou dez trimestres), o Ebitda ajustado (métrica de geração de caixa operacional) atingiu um recorde de R$ 748 milhões pelo conceito (LTM, os últimos doze meses), com alta de 34,5%.
Pedro Zemel, CEO do Grupo SBF desde 2016 e que deixará o cargo em abril de 2025 (Foto: Divulgação)Pedro Zemel, CEO do Grupo SBF desde 2016 e que deixará o cargo em abril de 2025 (Foto: Divulgação)
“Nós entendíamos que nós tínhamos vivido uma fase de crescimento importante, desde o IPO, triplicado o tamanho da companhia do ponto de vista faturamento, mas que o número de lucro tinha uma oportunidade de refletir um valor maior do que ele tinha se apresentado até então”, destacou Zemel ao contextualizar o novo momento da SBF na call de resultados do terceiro trimestre de 2024.
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Antes do plano estratégico atual, Zemel atuou como sucessor do fundador, Sebastião Bomfim Filho, a partir de 2016, liderou o processo de abertura de capital na bolsa, em 2019, e a ampliação dos negócios do grupo - caso da construção da Fisia para a integração da operação da Nike no Brasil em 2021.
Marcelo Sakate é editor-chefe da Bloomberg Línea no Brasil. Anteriormente, foi editor da EXAME e do CNN Brasil Business, repórter sênior da Veja e chefe de reportagem de economia da Folha de S. Paulo.