Grupo dono da Sky Brasil atrai fundo indiano para investir no país e em LatAm
Grupo de Dario Werthein acerta aliança com Aarna Holdings, que istra capital da Índia e dos Emirados Árabes; aportes iniciais podem chegar a US$ 500 milhões em 2025
Grupo dono da Sky Brasil atrai fundo indiano para investir no país e em LatAm |Vista aérea de São Paulo: investimentos previstos de fundo indiano de olho no mercado nacional (Foto: Paulo Fridman/Bloomberg)(Paulo Fridman)
Bloomberg Línea — A Aarna Holdings, um fundo de investimento que istra capital da Índia e dos EmiradosÁrabesUnidos, selou nesta semana uma aliança com o Grupo Werthein para começar a investir na Argentina e na América Latina, de acordo com fontes que falaram à Bloomberg Línea. O acordo foi confirmado pela holding argentina.
O fundo indiano, cujo histórico de investimento inclui ativos dos empresários mais ricos do seu país e da Ásia, como Mukesh Ambani e Gautam Adani (veja mais abaixo), tinha liquidez de aproximadamente US$ 2 bilhões em abril, de acordo com fontes com conhecimento direto do assunto, que pediram confidencialidade ao tratar de assuntos privados.
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Há interesse particular nos mercados do Brasil, da Argentina e da Colômbia.
O acordo poderia materializar os primeiros grandes investimentos no primeiro trimestre de 2025, com valores entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões. Eles também manifestaram interesse em investir nos mercados do Chile, do Equador e do Uruguai.
“Com mais de 100 anos de experiência no mercado latino-americano, o Grupo Werthein tornou-se parceiro da Aarna Holdings para impulsionar o comércio e os investimentos entre a Índia e a América Latina”, disseram as empresas em um comunicado conjunto.
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O Grupo Werthein é o dono da Sky Brasil, empresa de telecom que oferece serviços de internet banda larga, com planos de chegar a 30 milhões de residências no país. A maior parte do investimento previsto para a América Latina terá o Brasil como destino, segundo fontes disseram à Bloomberg Línea.
A aliança terá como objetivo promover “a entrada de capital asiático na América Latina e projetar empreendedores latino-americanos no mercado indiano” a médio e longo prazo.
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Os investimentos da Aarna se concentrarão nos setores de agronegócio, alimentos e bebidas, telecomunicações, conectividade, seguros, produtos financeiros e imóveis, entre outros.
O Grupo Werthein é mais conhecido por istrar as marcas de televisão por satélite DirecTV e Sky nos principais mercados da região. Também possui empresas dedicadas a alimentos e bebidas, como a Cachamai e a Frutty, ao agronegócio, como a GNNW Agro y Ganadería, e a seguros, com a Experta.
Dario Werthein (à esquerda), do Grupo Werthein, e Ameya Prabhu, presidente da Aarna Holdings
A liderança da holding é composta por Darío, Adrián, Daniel e Lucas Werthein.
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Atualmente, a Aarna tem investimentos na Índia, nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, e seu presidente, Ameya Prabhu, comanda a Câmara de Comércio Indiana (ICC).
Fontes com conhecimento do negócio disseram à Bloomberg Línea que Prabhu escolheu os Werthein por causa de seu portfólio em telecom, bancos, agronegócios, alimentos e bebidas e tecnologia.
Entre os investimentos já executados pela Aarna estão ativos dos maiores empresários da Índia, como a Infosys, uma companhia de TI; a Reliance Industries, do bilionário Mukesh Ambani, a pessoa mais rica da Ásia, à frente de um conglomerado de energia, petroquímica, gás natural, varejo, entretenimento, telecomunicações, mídia e têxteis.
Os investimentos incluem ainda a Sun Pharma, uma empresa farmacêutica indiana; a Tata Consultancy Services, uma empresa indiana de serviços de TI; e o Adani Group, de Gautam Adani, uma organização diversificada que inclui dez empresas listadas.
Em 2022, os investimentos indianos no exterior totalizaram US$ 21,9 bilhões, um aumento de 37% em relação ao ano anterior.
O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, disse em agosto de 2023 que a Índia tem como objetivo específico aumentar sua presença na América Latina e no Caribe, em uma tentativa de expandir sua esfera de influência em áreas já exploradas pela China.
Jornalista argentino com 10 anos de experiência. Francisco cobriu o setor financeiro da América Latina na S&P Global Market Intelligence e também trabalhou nas seções de economia e política do Buenos Aires Herald. Ele também contribuiu para o Buenos Aires Times.