Estas são as 10 maiores empresas familiares do mundo e da América Latina
JBS aparece em primeiro lugar entre as maiores empresas familiares da América Latina, com receitas anuais de US$ 73 bilhões, à frente dos grupos de Carlos Slim e dos Moreira Salles
Estas são as 10 maiores empresas familiares do mundo e da América Latina |Instalação da JBS em Colorado, nos EUA: receitas anuais da ordem de US$ 73 bilhões(Bloomberg/Chet Strange)
Bloomberg Línea — As 500 maiores empresas familiares do mundo geram coletivamente mais de US$ 8,8 trilhões em receita anual, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, de acordo com um relatório da empresa de consultoria EY, em colaboração com a Universidade de St. Gallen, publicado a cada dois anos desde 2015.
“Para colocar isso em perspectiva: durante o mesmo período, o PIB global cresceu apenas 3,3%. Em outras palavras, o dinamismo dessas empresas familiares excede em muito o ritmo do restante da economia global”, disse o analista com certificação CFA e especialista em gestão de patrimônio Jonathan Combeau, ao comentar o relatório da EY sobre as 500 maiores empresas familiares do mundo.
PUBLICIDADE
Se as 500 empresas familiares fossem agrupadas como um país, elas seriam a terceira maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Juntas, elas empregam mais de 25,1 milhões de pessoas.
A receita média anual por empresa é de US$ 17,6 bilhões. Cerca de 80% delas ultraam o volume de negócios de US$ 5 bilhões.
A maioria dessas empresas está concentrada na Europa (47%), refletindo a origem histórica de grandes dinastias empresariais europeias, seguida pelos Estados Unidos (29%) e pela Ásia (18%).
PUBLICIDADE
Na América Latina, a maior contribuição vem do México, com 15 dessas empresas, seguido pelo Brasil, com 13, Chile, com 6 e Colômbia, com 2.
Por setor, o mais representativo entre as maiores empresas familiares é o varejo, com 20%, seguido pelo consumo de massa (19%), manufatura (15%) e mobilidade (9%).
“Esses setores tendem a se beneficiar de economias de escala, posicionamento de marca multigeracional e canais de distribuição construídos com uma visão de longo prazo”, de acordo com Combeau.
PUBLICIDADE
De acordo com o relatório, 34% das empresas estão no mercado há mais de um século e mais de 85% têm um histórico de mais de 50 anos.
A empresa mais antiga na classificação é a Takenaka Corporation do Japão, fundada há 414 anos e ainda sob o controle da família fundadora.
Em mais de 40% dos casos, o CEO é um membro da família, o que, segundo Combeau, é “evidência de que a transferência de gerações e o controle ativo continuam sendo características essenciais dessas empresas”.
PUBLICIDADE
Top 10 global das maiores empresas familiares do mundo
Família Walton (EUA) – Walmart (WMT).: US$ 648 bilhões
Família Porsche/Piëch (Alemanha) – Volkswagen Group: US$ 356 bilhões
Família Schwarz (Alemanha) – Schwarz Group (Lidl, Kaufland): US$ 179 bilhões
Família Cargill-MacMillan (EUA) – Cargill: US$ 177 bilhões
Família Ford (EUA) – Ford Motor Company (F): US$ 176 bilhões
Família Quandt (Alemanha) - BMW: US$ 168,1 bilhões
Família Tata (Índia)– Tata Sons: US$ 165 bilhões
Família Koch (EUA) – Koch Industries: US$ 125 bilhões
Família Roberts (EUA) – Comcast Corporation (CMCSA): US$ 121,6 bilhões
Família Ambani (Índia)– Reliance Industries: US$ 109,9 bilhões
As maiores empresas familiares da América Latina
Segundo Combeau, “embora seja positivo ver referências regionais, o número ainda é baixo em comparação com outras economias”.
O relatório associa a baixa participação latino-americana a fatores como instabilidade política, estruturas familiares menos institucionalizadas ou mercados domésticos menores.
De qualquer forma, a América Latina conseguiu consolidar sete empresas entre as 100 maiores:
#105 Família Paulmann (Chile) – Cencosud (CENCOSUD): US$ 18,1 bilhões
#114 Família Garza Sada (México) – Alfa S.A.B. de C.V. (ALFAA): US$ 16,3 bilhões
#132 Família Solari (Chile) – Falabella (FALAB): US$14,4 bilhões
O analista ressalta que “as empresas familiares não são apenas estruturas tradicionais com nomes de família na porta”, mas organizações que, “quando gerenciadas profissionalmente e adaptadas ao ambiente em constante mudança, podem competir no mais alto nível global”.
Nesse sentido, ele ressalta que a institucionalização, o planejamento sucessório, a profissionalização da gestão e uma visão de longo prazo são fundamentais.
Profissional de comunicação e jornalista com ênfase em economia e finanças. Participou do programa de jornalismo econômico da agência Efe, da Universidad Externado, do Banco Santander e da Universia. Ex-editor de negócios da Revista Dinero e da Mesa América da Efe.