Construtora Mota-Engil, de Portugal, quer crescer no Brasil após acordo com Petrobras
Em entrevista à Bloomberg News, CEO Carlos Mota Santos diz que o Brasil é uma aposta forte para o grupo; túnel Santos-Guarujá é um dos projetos em estudo
Construtora Mota-Engil, de Portugal, quer crescer no Brasil após acordo com Petrobras |Ponte em São Paulo: 'Estamos observando de perto as oportunidades, disse o CEO Carlos Mota Santos (Foto: Paulo Fridman/Bloomberg)(Bloomberg/Paulo Fridman)
Bloomberg — A construtora portuguesa Mota-Engil afirma que busca expandir suas operações no Brasil, já que a maior economia da América do Sul prioriza investimentos em infraestrutura para impulsionar o crescimento.
“O Brasil é uma aposta muito forte para o grupo”, disse o CEO Carlos Mota Santos em uma entrevista à Bloomberg News.
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“É um país com muito potencial de crescimento nos setores de petróleo e gás e infraestrutura. Estamos observando de perto as oportunidades por lá”.
Na segunda-feira (26), a empresa anunciou que assinou um contrato no valor de cerca de R$ 1,61 bilhão (US$ 284 milhões) com a Petrobras (PETR3; PETR4) para realizar serviços de manutenção no Brasil para a estatal.
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Outras oportunidades de negócios no Brasil incluem o chamado projeto Santos-Guarujá — o primeiro túnel submerso e o maior do gênero na América do Sul, disse Mota Santos.
O projeto envolve um investimento estimado em R$ 6 bilhões, segundo o site do governo do estado de São Paulo. “Parece um projeto muito interessante”, disse Mota Santos, cuja família fundou a construtora em 1946.
A carteira de pedidos da Mota-Engil atingiu € 14,96 bilhões no primeiro trimestre, e a América do Sul responde por um quarto deste total.
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Santos espera que a demanda por construção no Brasil e em outros países da América do Sul, como o México, continue a crescer devido aos gastos governamentais e ao investimento estrangeiro em infraestrutura.
A Mota-Engil está atualmente construindo uma fábrica de fertilizantes de US$ 1,2 bilhão para a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex).
Enquanto isso, a África continuará sendo um dos principais motores de crescimento da Mota-Engil, disse Mota Santos, cuja empresa tem forte presença em Angola, produtora de petróleo.
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O CEO também espera que os projetos de construção em Portugal — incluindo uma licitação para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade — sejam retomados após uma eleição antecipada neste mês.
A Mota-Engil venceu uma licitação no ano ado para construir um trecho da ferrovia de alta velocidade em Portugal e planeja concorrer a um novo trecho em uma licitação, prevista para o final do mês, afirmou Mota Santos.
“Vamos concorrer novamente e pretendemos ser competitivos”, acrescentou ele.