Com importação recorde de soja do Brasil, China diz que não precisa de grãos dos EUA
Remessas do Brasil, da Argentina e e do Uruguai para o país, devem subir para mais de 30 milhões de toneladas durante o período de abril até o final de junho, maior quantidade já registrada no trimestre
Com importação recorde de soja do Brasil, China diz que não precisa de grãos dos EUAO maior comprador mundial de soja deverá receber uma quantidade acima do normal da oleaginosa da América do Sul no segundo trimestre, aliviando a escassez de oferta em meio à guerra comercial(Bloomberg/Patricia Monteiro)
Bloomberg — O suprimento de grãos da China não será afetado pela perda das importações de grãos e sementes oleaginosas dos EUA graças à abundância de substitutos disponíveis no mercado global e às reservas suficientes no país, disse um alto funcionário do planejamento estatal do país a jornalistas na segunda-feira (28).
O maior comprador mundial de soja deverá receber uma quantidade acima do normal da oleaginosa da América do Sul no segundo trimestre, aliviando a escassez de oferta e ajudando a esfriar ainda mais os preços da ração animal.
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As remessas de entrada, principalmente do Brasil, Argentina e Uruguai, devem subir para mais de 30 milhões de toneladas durante o período de abril até o final de junho, escreveu Yin Ruifeng, afiliado ao Ministério da Agricultura da China, em um artigo separado. Isso seria um recorde para o trimestre, de acordo com os cálculos da Bloomberg.
Nos últimos anos, a China diversificou suas fontes de grãos e ou a comprar mais soja brasileira, uma vez que a guerra comercial desencadeada pelas tarifas do presidente Donald Trump inviabiliza a compra de grãos americanos.
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Grãos americanos como soja, milho e sorgo “podem ser facilmente substituídos e os suprimentos no mercado internacional são bastante suficientes”, disse Zhao Chenxin, diretor adjunto da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma. “Mesmo sem as compras de grãos para ração e sementes oleaginosas dos EUA, não haverá muito impacto no fornecimento de grãos da China.”
Importação chinesa de soja deve se recuperarFonte: Governo da China
Algumas empresas chinesas que processam a soja para produzir óleo de cozinha e ração animal, principalmente para o rebanho suíno do país, foram forçadas a suspender as operações depois que o Brasil começou a colheita de forma lenta e as restrições logísticas atrasaram os embarques do país, escreveu Yin no artigo, publicado no site do centro de informações do Ministério da Agricultura.
Os preços do farelo de soja subiram em Dalian para o nível mais alto desde dezembro de 2023 neste mês, depois que as importações de soja em março caíram para o nível mais baixo em mais de uma década. Enquanto isso, os estoques da oleaginosa importada nos portos chineses também caíram e estão perto do nível mais baixo em cinco anos.