Bunge se aproxima de aval da China sobre fusão de US$ 8,2 bilhões com a Viterra

Decisão pode sair nos próximos dias, às vésperas do prazo final para concluir o negócio, segundo fontes que falaram com a Bloomberg News

A Bunge havia planejado inicialmente fechar o negócio em meados de 2024; agora, empresa se aproxima de prazo final
Por Hallie Gu - Isis Almeida
12 de Junho, 2025 | 09:16 AM

Bloomberg — A trader agrícola Bunge está perto de receber uma decisão das autoridades antitruste chinesas sobre sua compra de US$ 8,2 bilhões da Viterra, apoiada pela Glencore, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, cerca de dois anos após o anúncio inicial do grande negócio.

A aprovação da China, condicional ou não, é o último grande obstáculo na tentativa da Bunge de criar uma gigante de commodities agrícolas capaz de competir com a Cargill.

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O veredicto pode sair dentro de alguns dias, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque a informação é privada.

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As pessoas advertiram que a decisão ainda não havia sido formalizada por Pequim, e que outros atrasos ainda eram possíveis.

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O esforço da Bunge para se expandir com a compra da rival Viterra tem se enredado em tensões comerciais entre os EUA e a China, e o movimento mais recente ocorre junto com as negociações comerciais entre Washington e Pequim em Londres.

A Bunge havia planejado inicialmente fechar o negócio em meados de 2024, e está se aproximando do prazo final de sexta-feira, que permite que as partes desistam do acordo, de acordo com os registros regulatórios. Esse limite agora foi estendido.

Porta-vozes da Bunge e da Viterra disseram que as empresas estavam no estágio final da aprovação regulatória e agradeceram às autoridades chinesas pelo diálogo construtivo durante todo o processo de revisão.

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O Ministério do Comércio da China e a istração Estatal de Regulamentação do Mercado não responderam imediatamente aos faxes que solicitavam comentários.

A empresa já recebeu aprovações importantes na União Europeia e no Canadá, onde havia preocupações sobre o impacto na concorrência. A Argentina ainda não se pronunciou, mas as leis antitruste do país sul-americano permitem que o negócio seja concluído, com qualquer ação corretiva podendo ser exigida posteriormente.

A China só bloqueou negócios em raras ocasiões desde que sua lei antimonopólio entrou em vigor em 2008, como a oferta da Coca-Cola para comprar a China Huiyuan Juice Group em 2009.

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Outros negócios que ficaram no limbo como resultado das tensões comerciais incluem a compra pendente de US$ 34 bilhões da desenvolvedora de software Ansys pela Synopsys, uma das maiores aquisições dos últimos anos.

--Com a ajuda de Alfred Cang, Jack Farchy e Qizi Sun.

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